sábado, 9 de junho de 2012

O número de aulas gastas com o projeto

Relativamente à implementação da história de aprendizagem convém refletir sobre o tempo gasto na sua execução.


A história de aprendizagem desenvolveu-se durante 1 mês de aulas, com a utilização de muitas aulas extra à disciplina de Matemática, uma vez que utilizamos todas as aulas de ACA (90 minutos semanais), durante 1 mês, perfazendo cerca de 5 aulas extra de 90 minutos.

Essas aulas foram realmente necessárias, para lidarem com as novidades da tecnologia, comunicação online, glogster ou até da colocação online dos trabalhos do geogebra, etc.

Pensando em tudo isto, parece-me que se gastou mais tempo do que o previsto nas várias tarefas propostas. Ou seja, tudo deveria ter decorrido mais rapidamente, não sendo necessário, por exemplo, estar 90 minutos a pesquisar na internet, ou a pensar na organização do glogster. Claro que os alunos não tinham só isso em mãos, porque devido a atrasos vários, tinham sempre tarefas por terminar e para além disso também gastavam tempo nas reflexões no team up, tarefa obrigatória no final da atividade. Pelo que, o tempo de aula esgotava-se rapidamente.

Para além disso, o fato de existirem 6 grupos na turma, no total de 27 alunos, isto requereu mais tempo para a organização da aula: por exemplo, por questões relacionadas com o ruído das gravações, os grupos gravavam as reflexões no team up na sala ao lado, dirigindo-se para lá um grupo de cada vez (para não se atrapalharem), sendo que, aqueles que não tinham tempo de gravar, faziam-no durante a semana seguinte, no final de cada aula de Matemática, correspondendo a 1 grupo por aula. Para além disso, o acompanhamento individual a cada grupo de trabalho (professora com 1 grupo de alunos) poderia ter sido mais eficaz se a turma fosse mais pequena, o que se traduziria em mais rapidez de execução.

Claro, seria tudo mais fácil, se os alunos terminassem  algumas das tarefas em casa, nomeadamente as gravações. Duas alunas fizeram realmente isso, relativamente ao team up, pois tinham essas condições em casa. Contudo, só o fizeram uma vez porque, talvez por influência dos professores, todos os grupos quiseram e fizeram questão em dividir as tarefas e portanto, os alunos preferiam esperar pela aula para pressionarem (ou não) os colegas do grupo destinados ao cumprimento dessa tarefa.

Voltando ao tempo gasto, parece-me que esta história de aprendizagem traria alguns inconvenientes à planificação geral da minha disciplina se eu não tivesse tido o apoio das horas extra da área curricular de ACA. Teria, com certeza, que fazer de outra forma, sendo que os alunos teriam que trabalhar extra aula, em casa e na escola em momentos extra aulas (reunirem-se, por exemplo, na biblioteca para trabalho de grupo).

Na minha escola, com o tipo de alunos que tenho, não sei se daria muito resultado, uma vez que, retirando uma dezena de alunos (aqueles que realmente puxavam pelos outros para o desenvolvimento do trabalho) fora esses, penso que os grupos teriam dificuldades em conseguir reunir fora do horário letivo. Claro que, com alguma insistência, com tempo  (desde o início do ano letivo), com critérios internos estipulados para o desenvolvimento de um trabalho desta natureza, aí seria mais viável que tudo decorresse com outro ritmo de trabalho.

É preciso reparar que, esta história de aprendizagem surgiu no 3º período letivo, ou seja, não foi conversada desde o início do ano (eu poderia ter referido que, por ex, uma vez por período, os alunos teriam um trabalho de grupo, que iria envolver gravações de voz, etc. e que teria o peso x na avaliação interna dos alunos.... portanto o trabalho deve entrar nos critérios iniciais de avaliação interna dos alunos (aqueles que se dão a conhecer aos pais no início do ano letivo) . Da forma como foi apresentada, é possível que muitos dos alunos a tivessem encarado como "um trabalho a mais proposto pela professora, no final do ano letivo". Situação que pode ter afetado a necessidade de participação extra-aula por parte de alguns alunos da turma.

 Também é preciso notar que, se queremos que os alunos desenvolvam competências relacionadas com a capacidade de organização do seu trabalho, reflexão, comunicação, competências tecnológicas, cumprimento de tarefas, etc,  ou seja, no fundo, que os alunos melhor se preparem para enfrentarem o trabalho escolar, é bom que não nos preocupemos tanto com a "perda temporária de tempo" porque a iremos recuperar mais tarde. Eu tenho geralmente este pensamento quando dedico várias horas da minha disciplina (várias aulas) com a aprendizagem da geometria utilizando o geogebra (o envio para a moodle, eportefólio, etc), sendo que faço isso no 7º ano (quando os alunos não sabem quase nada de nada) e faço isso para que no 8º e 9º não seja preciso perder grande tempo com isso (o que acabei por verificar nesta história de aprendizagem, uma vez que não tive grandes preocupações relativamente ao geogebra).  A diferença é que, no 7º ano consigo fazer a gestão desse tempo relativamente a um ano escolar e neste caso tive que o fazer num período letivo, ficando tudo mais stressante. Resumindo, mesmo "perdendo tempo" é bom que os alunos saibam lidar com este tipo de tarefas , seria bom se o fizessem o mais cedo possível (2º ciclo ou 1º ciclo). 

Mas ainda em relação à forma de contornar o tempo gasto num trabalho de projeto desta natureza, penso que a ajuda de outra disciplina/professor é sempre bem vinda. Se as atividades forem interdisciplinares, cada professor vai cedendo esta e aquela aula, beneficiando ambos com isso. Além disso, para os alunos a atividade ganha importância, ou seja, se vários professores falarem de uma atividade ou várias tarefas em comum (se não for só um professor a "puxar" os alunos para gravarem as reflexões, para não se atrasarem na pesquisa, para ajudar nesta ou naquela tarefa,...) essas atividades ganham mais peso, são mais valorizadas pelos alunos (pelos pais, pelo conselho de turma,...) e os professores sempre dividem o trabalho e o tempo de execução, etc.

As fotos pretendem ilustrar momentos de orientação dos alunos por parte dos professores envolvidos: